sábado, 24 de janeiro de 2009

Eu quero um poeta

Como é fácil me pegar numa daquelas discussões sem fim sobre tangíveis e intangíveis. Sobre a nossa incapacidade de dar valor ao que não conseguimos medir. E àquela absoluta ignorância da sociedade acerca daqueles aspectos ligados ao intelecto, à alma. E sempre chega a pergunta: Para que vale um médico? um advogado? Seja qual profissional for que seja incapaz de emocionar-se com uma música, uma peça de teatro, um poema... Um profissional de primeira, mas ser humano incompleto.
Você se imagina dizendo para seu chefe que “uma obra de arte é uma necessidade profunda do ser humano?” Consegue imaginar-se discutindo a obra de Renoir com aquele seu colega ali ao lado?
Nestes dias de celebridades vazias e culto ao dinheiro, quem é o tonto que vai perder tempo com uma pintura, hein? Quem é o babaca que se emociona ouvindo uma orquestra sinfônica? Quem é a bicha que fica com olhos marejados ao ler um poema? Quem é o trouxa que perde tempo lendo livros? Quem é o irresponsável que ainda acredita na “verdadeira experiência da arte”? Acho que nem eu (?).
“- Pô, meu, tô ocupado demais trabalhando pra perder tempo com essas viadagens...”
Neuroses a parte, eu ainda me emociono. Ainda me apaixono. Ainda me comovo com uma manifestação de arte, de talento, de sensibilidade... E não sou poeta! Ou será que sou poeta? Nós somos poetas? Quem são os poetas?
Vamos lançar uma campanha... “Troque seus políticos por um poeta. Transforme sua vida em poesia.” Ah, cuidado com o que vai lhe inspirar. Esqueça. Não tome cuidado, poesia é isso, a vida e os sentimentos de cada um.

Uma coisa é dizer, outra coisa é ser...

Depois de um longo bate papo, a gente aprende muita coisa:

"O que se fala nem sempre tem peso e sentido definidos, o que provoca exasperação e descrença no discurso das outras pessoas. Contudo, observando bem e escutando com atenção, até os detalhes mais imprecisos começam a tornar-se claros."

Obrigado, amigo!

sábado, 17 de janeiro de 2009

Boutique da Carne

Diversas vezes, quando eu tenho uma dúvida, quando alguma coisa para mim não está resolvida ou me deixa intrigado, uso do meu instinto investigativo (sou terrível nisto) e monto o quebra cabeças!

Nada me passa despercebido: uma vírgula, um ponto, uma reticência. Analiso toda e qualquer possibilidade de entender o acontecido. Seja um problema ou não! Quando tomo minhas decisões, saiba que, em nada foram precipitadas. Tudo foi pensado e repensando em uma certa noite de insônia!

E foi a sim que descobri ( ou comprovei ) que vizinha a minha casa há um lugar onde ocorre troca de valores e/ou produtos com fim de obter lucro – comércio – até aí tudo bem... mas e se eu disser que o comércio é de carnes?! , digamos que um verdadeira boutique de carnes – vivas!. Onde o diálogo pode ocorrer de tal maneira:

- E ai rapaz, vai querer levar o que hoje? Olha, tenho uma peça de Picanha aqui, que tá uma belezura!!!!
- Tá maluco? Tá tudo muito caro.. .vou levar 500 gramas de carne moída de segunda ou quem sabe aquela Morena-Chupa-Molho mesmo...
- Pense bem... Tem um Filé-Loiraça-Belzebu que tá em promoção hoje viu?
- Hum... acho que vou levar àquela Ruiva pra fazer uma rabada!

Bacana, né?! Me sinto seguro, a rua fica movimentada ( afinal é um mercado que não há crise), os clientes escolhem o prato do dia e levam pra comer em casa e logo depois vêm deixar o refratário. Hoje, eu poderia até morar perto de um “Fast food” 24h, claro que em sistema “drive thru”( pegou, levou, comeu... ( em tradução super livre!)).

Gosto da vida, do mundo e das pessoas. Eles me surpreendem e me inspiram. Mas e você!? Maminha? Chã-de-dentro ou Chã-de-fora?