sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Palavras Soltas

Hoje, sexta-feira, o mundo ainda ressacado pelos festejos carnavalescos, me bateu uma nostalgia. No ambiente de trabalho, com muito nada para ser feito, com “crionças” correndo e gritando sem cessar me transportei para 12 ou 15 anos atrás quando tentava escrever algo relevante (ainda tento quem sabe um dia eu chego lá...). Entre gritos, passadas incontroláveis dos pequenos juvenis, preencho o vazio branco do papel com palavras soltas de uma mente vazia.

“Minha visão, teu olhar
Minha audição, tua voz
Meu tato, tua pele
Meu olfato, teu cheiro
Meu paladar, teu gosto

Teu olhar, minha imagem
Tua voz, o meu nome
Tua pele, minha cor
Teu cheiro, meu perfume
Teu gosto, meu sabor

Em mim eu te encontro
Em ti me reconheço.”


Não me pergunte o porquê, que significa, nem o sentido disso tudo. Foi apenas uma lacuna em que o juvenil se apossou de mim. Era sexta-feira quase fim de expediente. Todo mundo tem direito de fazer besteiras em uma sexta-feira. E assim, tentei fazer algo que ainda não sei. Escrever.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

...

Alguns homens da ciência dizem que viemos do mar. Outros dizem que viemos das estrelas. Os homens da religião afirmam que somos filhos de Deus… Refletindo um pouco sobre estas origens posso concluir que temos um pouco de cada uma na nossa essência. Assim, somos deuses, capazes de amar, entre seres menores. Temos das estrelas o sonho, a ambição, os ideais. E temos do mar as marés da nossa vontade, a rebeldia das nossas ondas, o balancear dos nossos sentimentos… a água salgada das nossas lágrimas. Mas nem todos têm a força e a coragem para lidar com isso.
Hoje vejo-me aqui, depois de naufragar. Vejo que os braços ternos e suaves, que outrora abraçaram a musa do meu mar, são os mesmos braços de ferro que pregaram cada tábua partida do meu barco. Vejo que muito do meu mar são lágrimas minhas, mas aprendi a navegar nelas em busca de outros destinos.
Vejo-me como parte de uma raça antiga, corajosa… salgada em mar.
Tenho um pouco de tudo. De Deus, do mar e das estrelas.
O meu regresso é reflexo de todo o meu valor, para mim e para muitos.
Volto ao lugar que me define e que chamou por mim, durante toda a minha ausência. O mar. O meu mar.

A Humanidade

AC
DC
WC

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Traição

Hoje mais uma vez me pego em reflexão sobre o sentindo da vida. Ou seria ao sentido que damos a ela? O tema em questão foi a CONFIANÇA ( ou traição, ainda não sei, elas andam paralelamente. É possível falar de uma sem citar a outra?). Tudo começa em uma conversa entre amigos, onde todos os assuntos são apresentados sem pudores ou receios.
Ele começa com o seguinte pensamento de Nietzsche: “Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te.” E a questão principal foi: Perdoar ou não perdoar?
Tudo vai bem até que você descobre que a pessoa que você escolheu foi infiel. O chão parece sumir sob seus pés e sua primeira reação é querer esganar o (a) parceiro(a). Mas você não sabe o que fazer: por um lado, sente raiva, angústia e depressão; por outro, quer preservar a relação e os bons momentos passados juntos. Complicado?
A maioria pode não querer correr o risco de recomeçar e expor-se a mais sofrimento e decepção.Virar as costas para uma relação destruída pode ser a solução mais simples ou mais razoável, a que o liberta da esperança. Mas pode também ser uma forma de não crescer, de evitar o confronto com algumas verdades amargas da vida, com o amor e com você mesmo, e de evitar assumir o terrível peso da responsabilidade de fazer a sua relação funcionar.
Vocês estão profundamente magoados devido a uma traição, mas estão confusos ou são corajosos o bastante para admitir que ainda desejam permanecer juntos, enfrentar o que em cada um de vocês levou à infidelidade, e trabalhar no sentido de restabelecer a confiança e intimidade ( será ainda possível?)
Se você decidir reatar com a seu (sua) parceiro(a), você pode, com o tempo, vir a considerar a traição não apenas como um trauma lamentável, mas como um alarme, um grito de alerta. Você pode acabar descobrindo que precisava de uma explosão nuclear como essa para pôr abaixo a sua construção anterior e permitir que uma versão mais saudável, mais consciente e madura tomasse o seu lugar.
Dado o desgaste pelo qual vocês dois já passaram, talvez não tenham mais oportunidades de testar a força do seu relacionamento. Eu os instigo a iniciar o processo, desafiar a dor e ver o que serão capazes de produzir juntos. Depois de contar até três, convido vocês dois a caminhar até o centro do ringue, remover as luvas de boxe e apertar as mãos.
E assim termino te dizendo, meu caro: "A arte de confiar nos torna frágeis, vulneráveis, e muitas vezes nos faz sofrer... Mesmo assim, confie! Ainda existem pessoas como você."