sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Decepção

Por que nos decepcionamos com uma pessoa, com um acontecimento, com uma situação, com a vida? Talvez seja das sensações que mais me entristece, que me impede de continuar... que bloqueiam. Será que criamos expectativas demasiado altas? Ou será que eram as expectativas.... normais, próprias e adequadas, mas teimosamente a decepção bate à porta.

Confesso que me decepcionei e muito com uma notícia recebida hoje durante a tarde. Por mais prevenidos que nos tornemos em relação aos acontecimentos, às pessoas, não adianta.

Bom, mas a vida é isso. É ter a coragem de tomar novos rumos, repensar a vida e escolher novas metas, novos caminhos. Acredito que precisemos de tempo. O tempo, esse nosso aliado que nos ajuda a compreender o que acontece com as nossas vidas e conosco. Um dia as nuvens escuras vão embora... o céu fica de novo azul.

Ultrapassar qualquer decepção exige uma grande dose de coragem. Não há uma universidade da coragem? Não existe, quer dizer... a universidade da coragem é fazer aquilo em que acreditamos. É sacudir dos ombros as limitações que deixamos que os outros nos impusessem. Não há nada que não sejamos capazes de atingir. Não há tristeza na vida que não possa ser compensada.

A vitória é, muitas vezes, uma coisa diferida e raramente se consegue no auge da coragem. O que se encontra no auge da coragem, penso eu, é a liberdade. A liberdade que advêm da consciência de que nenhum poder terreno nos é capaz de vencer; que um espírito imbatível é a única coisa sem a qual se não pode viver; que afinal, é a coragem da convicção que faz andar as coisas, que torna possível qualquer mudança.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Personalidade

Existem coisas que estão muito longe da minha personalidade, não sei se é bom ou ruim, alguém poderia me dizer, porém isso não mudaria em nada o que eu penso.
Não rasgo seda, não me faço vítima de nada, nunca! Como já disse, não sei se isso é algo positivo ou negativo, mas pouco me importa porque aprendi com a vida a ser e sou assim. Não lanço elogios para agradar ninguém, não jogo purpurina para me tornar querido, mais popular. Faço isso sim, quando sinto que é oportuno, quando percebo que aquelas minhas palavras vão fazer bem naquele momento, mas não o faço a toa, a qualquer hora. Não me faço de vítima da vida, dos outros, nem de nada, não acredito em vítimas nesse mundo.
Lamento as dores do mundo, das pessoas que sofrem, sinto muitas vezes o sofrimento dos que estão em minha volta, as vezes rezo pedindo alívio para eles, mas nunca os vejo como vítimas. Acho que esse sentimento de vitimização nos torna aleijados, incapacitados de reagir, de lutar e coitadinhos.
E para que? Para ficarmos esperando a caridade, a dó dos outros, esperando que alguém nos absolva dos nossos pecados ou diminua o peso de nossas culpas.

domingo, 3 de janeiro de 2010

De volta

Eu tive um sonho em que o sonho era eu, e eu era o sonho que me sonhava.
Chegava num planeta povoado por seres estranhos, que sonhavam o mesmo sonho do avesso. Todos seguiam numa procissão segurando velas , buscando uma trilha para algum lugar. Eu estava vindo do lugar com uma lâmpada na mão revendo o caminho de volta para não me perder.
No meio do caminho uma senhora pega minha mão e lê: “Tu procuras teu espaço que não é mais aqui, porém aqui é onde se cria teu espaço”. E a mulher se desfez no meio da multidão, como se trocando as faces dos muitos estranhos que caminhavam.
Olhei procurando a mulher e vi no meio da multidão alguém feito de mim, como se fosse uma outra parte minha chamando para eu segui-la.
Segui o rastro das pétalas jogadas pela minha parte feita de um nada em cores diferentes, chegando até um jardim de flores variadas.
Quando olho a multidão, muitos seguem descendo uma escada em um abismo, penso em correr e avisar a todos de que o subsolo está sem luz e escorregadio, grito para avisar, mas minha parte avulsa me manda seguir pra casa, pois ninguém vai conseguir ouvir minha voz , então sigo por um caminho cheio de árvores que me cumprimentam sorrindo, por uma trilha até chegar na minha casa.
E assim era o sonho que me sonhava, era eu o sonho que me sonhou.