quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Filogênese e Ontogênese.

Nos últimos dias eu aprendi que há termos complexos e bonitos para o que a gente é, para o que a gente quer, para o que pode ou não pode fazer. As duas palavras que aprendi são Filogênese e Ontogênese.
Filogênese refere-se à parte física e biológica, aquilo que nasce com a gente, que determina a limitação do que a gente consegue ou não fazer. Eu sou alto e posso ser jogador de basquete. Nunca poderia pensar em ser um dos sete anões. Portanto, meu querer no mundo real tem que estar condicionado a essas realidades filogenéticas. Querer ser um dos sete anões sendo alto é pedir pra passar a vida sofrendo. Não é comigo.
A parte da ontogênese diz respeito a nossa criação. Nossos valores morais, educacionais, culturais, religiosos. Se a pessoa foi criado num ambiente vegetariano é pouco provável que ela queira ser um dono de churrascaria.O que você quer está ligado a tudo isso que você é, como você foi criado e vive sua vida.
E além do que a gente consegue e quer, tem aquilo que a gente pode ou não pode fazer. Essa é a parte complicada.
Usarei uma metáfora para explicar o sentimento de injustiça e indecisão que me impede de fazer algumas coisas que eu acho que quero. Pois bem:
"Às vezes eu me sinto como o motorista de um carro, congestionado numa longa estrada que leva ao litoral, parado na minha faixa. Eu sei que está tudo parado, que não dá pra ultrapassar e só me resta esperar o trânsito melhorar. Estou na estrada certa, no caminho certo, na faixa certa, cumprindo meu dever de bom cidadão.
Enquanto estou ali parado, tentando me distrair, vejo muita gente correndo pelo acostamento e passando por mim e por todos. Alguns podem até ser multados, mas a maioria vai fazer errado, vai ter benefícios e vai escapar ilesa. E mais, essas pessoas fazem a viagem em duas horas enquanto eu, a certinho, acabo levando quatro a cinco.
É um sentimento ruim, saber que quem faz o certo sofre mais e chega depois enquanto quem faz errado não é punido, leva vantagem e ainda se sente mais esperto do que todos os bons cidadãos que esperaram a vez."
Eu tenho certeza que nessa 'longa estada da vida', muita gente se sente assim. Em tudo. Sei que existem os espertos que viajam pelo acostamento, existem as meninas que dão pra o professor pra passar de ano, as que dão pro chefe pra subir na vida, as que dão pra todo mundo pra ter o seu lugar. (Quer dar, vai lá e dá gostoso, mas...por interesse?) . Sei que existem os corruptos que vendem a alma, os que vendem o corpo, a mãe, o alheio. Eu sei que o mundo é assim. E é por isso que em alguns dias que sinto que não pertenço a tudo isso. E aí me dá vontade de morar num país de gente certinha.
Assim, aqui estou eu, tentando entender o que eu sou, o que eu posso, o que eu quero, o jeito que o mundo é, como as injustiças acontecem, para equacionar a melhor maneira de viver.
O mundo não é justo, coisas ruins acontecem pra pessoas boas e coisas ótimas acontecem pra gente ruim. Uma coisa eu sei: se você quer alguma coisa, fique por perto. Quem chega aonde quer não é o 'melhor', mas o que estava mais disponível e mais próximo.
Nesta vida, tem muita gente que não tem nem a filogênese, nem a ortogênese, nem gênese nenhuma e acaba ficando com o lugar que você queria porque a sorte sobrou pra ela.
Por enquanto, o que eu tenho é aquilo que eu construí. Com muita coragem.
Um dia talvez eu faça como um velho professor que andava com um carimbo redondinho e, em qualquer papel que escrevesse, deixava sua assinatura: venci pelo esforço.
Vou continuar me esforçando.
E sem medo de ser mau e torcer pra que todos os imbecis que se vão pelo acostamento e chegam na minha frente se fodam de verde-e-amarelo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Alguns rascunho sobre o Amor...

(...) Muitas pessoas agem como se soubessem, perfeitamente, como amar. O que não deixa de ser verdade! Esse tesouro está guardado dentro de cada um de nós, mas para alcançá-lo é preciso, com humildade, unir disciplina e carinho e realizar nossos atos de amor como se conhecêssemos muito pouco deles. Quando precisa desativar uma bomba, mesmo um grande perito em explosivos age com extremo cuidado e precaução, como se nada conhecesse daquele artefato. Ele sabe que um gesto precipitado pode acabar com tudo. (...)




(...) Na dinâmica do crescimento do amor, a reciprocidade constante é um elemento imprescindível. O egoísmo não se define apenas por aquilo que uma pessoa quer para si, mas sobretudo por ela não dar o mesmo direito aos outros. O fato de alguém não querer emprestar um livro, para não o estragar, não significa necessariamente que seja egoísta. Mas exigir que todas as pessoas lhe emprestem os livros que ele pede, sem direito a dizer não, isso é um forte sinal de egoísmo. (...)



(...) Crie o amor que você merece. Escute o outro. Tenha prazer em fazê-lo feliz, e ele dará a você, de presente, a felicidade que você mesmo ajudou a construir.(...)