domingo, 3 de janeiro de 2010

De volta

Eu tive um sonho em que o sonho era eu, e eu era o sonho que me sonhava.
Chegava num planeta povoado por seres estranhos, que sonhavam o mesmo sonho do avesso. Todos seguiam numa procissão segurando velas , buscando uma trilha para algum lugar. Eu estava vindo do lugar com uma lâmpada na mão revendo o caminho de volta para não me perder.
No meio do caminho uma senhora pega minha mão e lê: “Tu procuras teu espaço que não é mais aqui, porém aqui é onde se cria teu espaço”. E a mulher se desfez no meio da multidão, como se trocando as faces dos muitos estranhos que caminhavam.
Olhei procurando a mulher e vi no meio da multidão alguém feito de mim, como se fosse uma outra parte minha chamando para eu segui-la.
Segui o rastro das pétalas jogadas pela minha parte feita de um nada em cores diferentes, chegando até um jardim de flores variadas.
Quando olho a multidão, muitos seguem descendo uma escada em um abismo, penso em correr e avisar a todos de que o subsolo está sem luz e escorregadio, grito para avisar, mas minha parte avulsa me manda seguir pra casa, pois ninguém vai conseguir ouvir minha voz , então sigo por um caminho cheio de árvores que me cumprimentam sorrindo, por uma trilha até chegar na minha casa.
E assim era o sonho que me sonhava, era eu o sonho que me sonhou.

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