sábado, 30 de outubro de 2010

Às vezes

Às vezes eu tenho vontade de inexistir. Não de morrer, mas simplesmente de evaporar. Virar pó, ou água, desconhecer a alma, os sentimentos, a dor. Me misturar com as nuvens e quem sabe virar chuva e cair no mar e sumir de vez me confundindo com a espuma no oceano. Às vezes da vontade de esquecer. Esquecer o que incomoda, esquecer de mim mesmo, de como sou, de como ando, como, vivo. Do sono, do cansaço, das horas perdidas por entre os dedos. Dá vontade de subir bem alto e chegar em outra galáxia, conhecer outros planetas com pessoas melhores que não maltratam umas as outras, nem os animais, nem a si próprias. Dá vontade de fugir de tudo. De deixar a covardia que existe em todos ser colocada para fora e me esconder numa ilha deserta. Às vezes esse corpo pesa, a mente pesa, a alma pesa. E de tão pesado parece quase impossível caminhar sem dificuldade, respirar sem dificuldade, viver sem dificuldade.

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