sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Dia ruim
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Q. I.
Hábitos!
É a palavra do dia. Ou foi a da noite. Como diria, e diz, J. Jelmek: “O hábito é o melhor dos servos e o pior dos senhores.
Tudo aquilo que você faz diversas vezes torna-se um hábito. Você fica bom naquilo que pratica. Porém, nem todos os hábitos nos são úteis e os maus hábitos podem se tornar senhores cruéis que sabotam o nosso bem estar. O ato de ficar adiando as coisas é um hábito insidioso e autodestrutivo que já arruinou muitas vidas.
Através da observação de si próprio, podemos nos tornar conscientes daquilo que nos faz mal, no nosso hábito de agir e de pensar. Quando nós estivermos conscientes do hábito que queremos modificar, podemos esquecê-lo e substituí-lo por um comportamento automático diferente e mais cuidadoso.
No romance de Júlio Verne, a Ilha Misteriosa, ele conta a história de cinco homens que escapam de uma prisão da guerra civil, utilizando um balão. Ao ascenderem, eles percebem que o vento os estava levando para o oceano. Vendo sua pátria desaparecer no horizonte, eles imaginam quanto tempo o balão ficaria no ar. Com o passar das horas, a superfície do oceano fica cada vez mais próxima e os homens decidem que precisam jogar fora um pouco de peso, pois não têm como aquecer o ar no balão.
Botas, casacos e armas são descartados com relutância e os tripulantes amedrontados sentem o balão subir. Porém, não passa muito tempo e se encontram perigosamente próximos das ondas novamente. Então, lançam fora a comida. Infelizmente, essa também é uma solução temporária e a embarcação novamente ameaça levar os homens ao mar. Um homem tem uma idéia: amarrar as cordas que seguram a cesta, sentarem-se nelas e livrarem se da cesta. Ao fazerem isso, o balão sobe de novo.
Finalmente, eles avistam terra. Os cinco mergulham na água e nadam em direção à ilha. Eles estão vivos porque souberam discernir a diferença entre o que era realmente necessário e o que não era.
Por que temos tanta dificuldade em fazer uma honesta avaliação das coisas que praticamos hoje? Como seria nossa vida sem elas? Então, ainda pergunto, é tão difícil sermos senhores dos nossos hábitos para que eles possam ser bons servos?
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Ele tá de volta
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Transgredir, transcender; Traição, tradição.
A partir do momento em que a consciência traz a percepção do nu ao ser humano, este passa a ter uma condição de animal moral, ou seja, ele é um nu que se vê nu e por isso precisa se esconder dos outros e de si mesmo. É este animal moral que inaugura toda moral, toda tradição, toda religião e faz com que toda sociedade se volte para “vestir” a nudez do homem.
Por “alma” não devemos entender nenhuma outra parte distinta do corpo, ela é o nosso consciente da necessidade de evoluir, a parcela de nós capaz de romper com os padrões e com a moral. O próprio texto bíblico não apresenta dualidade na essência do ser humano, mas sim a possibilidade da escolha – da obediência e da desobediência. A necessidade de uma dualidade que gera o termo “alma” se encontra nessa capacidade humana de optar entre cumprir ou transgredir. A alma seria o nome que se busca dar à presença de um elemento evolucionário do próprio corpo que, por um lado, nos impõe uma conduta rígida e comprometida com sua forma de ser, mas que, de tanto em tanto, com maior ou menor importância, trai a si mesmo e se reconstrói.
Uma vez que a imortalidade do animal se dá na reprodução, o animal moral faz da tradição um instrumento fundamental para sua preservação. A tradição é basicamente composta pela família – estrutura moldada para melhor atender aos interesses reprodutivos em determinado contexto socioeconômico; pelos contratos sociais – que proporcionam a manutenção de uma convivência com melhores condições de preservação da vida e; pelas crenças – que dão respaldo teórico e ideológico à preservação.
Todo processo de mudança inicia-se por uma traição, o traidor é um transgressor que propõe outra lei, outra realidade, outra tradição. É impossível mudar sem se expor ao erro absoluto. A mutação é imperativa para a continuidade, portanto a traição é da ordem da transcendência. Transgredir é transcender, e nossa história não teria mártires no campo político, científico, religioso, cultural e artístico caso fosse possível transcender sem colocar em risco a sobrevivência da espécie. Não há tradição sem traição, nem traição sem tradição; da mesma forma que a tradição precisa da traição, que a preservação precisa da evolução, que o acerto de hoje depende do erro de ontem, o contrário também é verdadeiro.
O traidor é sem dúvida alguém que se expõe, mas, diferentemente do que se imagina de um traidor, é bastante difícil sê-lo abertamente. Muitas vezes a palavra “fraco” é associada ao traidor, quando o que este menos representa é “fraqueza”. É preciso muita coragem para trair, porque o traidor se expõe ao revelar segredos de sua intimidade.
O traído sente no corpo a dor da transgressão e na alma a dor de seu apego, todo traído é alguém que peca pelo apego, pois uma pessoa só pode se sentir traída se está às voltas com excesso de apego. A condição de traído é a mais perversa condição de luto que pode ser vivida pelo ser humano.
Aquele que engana a si mesmo é mais perverso do que o que engana os outros. Isso porque
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Trabalho...
sábado, 1 de agosto de 2009
Vida, nossa. Nossa! Vida.
Porque somos (cada um ) uma pessoa, temos direitos. Temos acessos, temos passos. Pernas que andam e, graças ao bom D'us, um corpo que funciona em perfeito estado.
Podemos responder perguntas, contestar colocações, podemos nos calar. Temos uma cabeça que pensa, conhecimento repassado e recolhido.
[Sabe aquela música do Musical "Hair" ? I got Life, Pois é, poderia ficar horas discorrendo sobre tudo isso.]
Os dias passam, julho acabou e 2009 está em direção ao fim, chamando o final da primeira década do século XXI. E a gente esquece que é DONO da própria vida. E que se, amanhã, você decidir fazer um curso de aramaico, raspar careca e começar a correr, não é da conta de ninguém. Ninguém. Nem mãe, pai, irmã, mulher, namorado, chefe, vizinho.
A gente vai se apequenando, se acanhando e, como ovelha, vai obedecendo, obedecendo, até perder o desejo.
Um belo dia, como no conto famoso, você que nasceu águia percebe que virou uma galinha tonta. Tonta e obediente. Burra, maria vai com as outras. Sem energia para contestar, a gente vira um cavalinho bobo de carrossel, um passarinho de relógio cuco que de hora em hora sai pela portinha por breves segundos e volta para seu ostracismo.
É hora de viver de verdade. O bem maior é a liberdade.