quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Hábitos!

É a palavra do dia. Ou foi a da noite. Como diria, e diz, J. Jelmek: “O hábito é o melhor dos servos e o pior dos senhores.

Tudo aquilo que você faz diversas vezes torna-se um hábito. Você fica bom naquilo que pratica. Porém, nem todos os hábitos nos são úteis e os maus hábitos podem se tornar senhores cruéis que sabotam o nosso bem estar. O ato de ficar adiando as coisas é um hábito insidioso e autodestrutivo que já arruinou muitas vidas.

Através da observação de si próprio, podemos nos tornar conscientes daquilo que nos faz mal, no nosso hábito de agir e de pensar. Quando nós estivermos conscientes do hábito que queremos modificar, podemos esquecê-lo e substituí-lo por um comportamento automático diferente e mais cuidadoso.

No romance de Júlio Verne, a Ilha Misteriosa, ele conta a história de cinco homens que escapam de uma prisão da guerra civil, utilizando um balão. Ao ascenderem, eles percebem que o vento os estava levando para o oceano. Vendo sua pátria desaparecer no horizonte, eles imaginam quanto tempo o balão ficaria no ar. Com o passar das horas, a superfície do oceano fica cada vez mais próxima e os homens decidem que precisam jogar fora um pouco de peso, pois não têm como aquecer o ar no balão.

Botas, casacos e armas são descartados com relutância e os tripulantes amedrontados sentem o balão subir. Porém, não passa muito tempo e se encontram perigosamente próximos das ondas novamente. Então, lançam fora a comida. Infelizmente, essa também é uma solução temporária e a embarcação novamente ameaça levar os homens ao mar. Um homem tem uma idéia: amarrar as cordas que seguram a cesta, sentarem-se nelas e livrarem se da cesta. Ao fazerem isso, o balão sobe de novo.

Finalmente, eles avistam terra. Os cinco mergulham na água e nadam em direção à ilha. Eles estão vivos porque souberam discernir a diferença entre o que era realmente necessário e o que não era.

Por que temos tanta dificuldade em fazer uma honesta avaliação das coisas que praticamos hoje? Como seria nossa vida sem elas? Então, ainda pergunto, é tão difícil sermos senhores dos nossos hábitos para que eles possam ser bons servos?

Um comentário:

  1. Cara, muito bom o texto, adorei o final. Pensei que alguem seria jogado ao mar.
    É muito bom ter seus escritos de volta.
    Quando as perguntas: Eu não sei porque, mas como seu texto mostra, isso não é impossivel. E eu acho que nossa vida sem elas poderia até ser cheia de momnetos divertidos, mas quase sempre recheados com arrependimentos.Pensando bem, em seria muito diferente do que ja é :P

    Abraço

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